"Aí a gente passa uma noite inteira chorando e percebe que o motivo pra isso nem existe mais.
É meio que um vício nessa coisa de sofrer, de embebedar as causas perdidas. E surge uma amnésia alcoólica que faz as músicas depressivas ganharem mágicamente mais sentido, e a gente pode criticar os filmes de amor sem peso na consciência. Depois que acordar sentindo aquela ressaca emocional, nem vai se dar conta que bebeu tudo aquilo sozinha, ninguém disse:
"vai se fuder na vida" - a gente gosta de inventar cada dor viu?
É que ser feliz assusta."
"Me tornei pedante. Irritante à mim mesma. Ficar sem sofrer, essa definitivamente não é a minha, meu negócio é brincar com a sorte, é correr atrás das pegadas de minhas dores, segui-las, lembrá-las, revivê-las. Tem dias que me olho só de canto, e me pego no flagra de mais uma recaída, já estou ficando calejada dos erros e de todas as consequências de ser previsível. Tem gente que coleciona selos, mas eu gosto mesmo é de colecionar antigos pedaços de mim. Quebro um espelho por dia, piso nos meus cacos, guardo meus estilhaços, pra ter azar, pra ter sempre muito azar.
... azar o meu ter tanta sorte."
[Ana Andreolli]
Brigada Cac por não escrever só por vc. http://ana-cac.blogspot.com/
Ahhh vc conseguiu me deixar timida :3
ResponderExcluirMas o bom disso é saber que tem barco que a gente não rema sozinho. Tem pessoas que me entendem , tem pessoas que eu entendo!
Ana falou o que a eu queria ouvir :**
ResponderExcluirE há os viciados na dor, profunda dor...
ResponderExcluir