segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

"Que seja doce."


Minha língua tão habituada ao amargo, está se acostumando com todo esse doce.

Uma questão de cor(agem).



Eu não gosto de abandono, por isso acolho. Por isso recolho e não costuro sorriso porque chorar é preciso. Porque não importa se o desenho é feio. Ou se a ferida é doída. Ou o dedo do meio foi pra mim. Eu contorno e de um jeito ou de outro, sempre tenho uma cor pra mudar a história. E na vida, a gente aprende que quanto mais a nuvem pesa e se enche de cinza, mais forte vem a chuva. Ou o choro. Sorte é ter um coração cheio de pancadas, metido em tempestades e sujeito a trovoadas. Esses sim são corações maduros de forte. Não de vez. Tenho um coração de todas as cores. Que amanhece azul e adormece vermelho ou bege ou rosa ou verde ou roxo ou...qualquer cor serve, porque quanto mais cor no coração, aprenda: MAIS COR-AGEM na vida.

[Vanessa Leonard]

Tira de mim tudo que é falta.


O que me interessa no amor, não é apenas o que ele me dá, mas principalmente, o que ele tira de mim: a carência, a ilusão de autossuficiência, a solidão maciça, a boemia exacerbada para suprir vazios. Ele me tira essa disponibilidade eterna para qualquer um, para qualquer coisa, a qualquer hora. Ele apazigua o meu peito com uma lista breve de prós e contras. Mas me dá escolhas. Eu me percebo transformada pelo que o amor tirou de mim por precisar de espaço amplo e bem cuidado para se instalar. O amor tira de mim a armadura, pois não consigo controlar a vulnerabilidade que vem com ele; tira também a intransigência. O amor me ensina a negociar os prazos, a superar etapas, a confiar nos fatos. O amor tira de mim a vontade de desistir com facilidade, de ir embora antes de sentir vontade, de abandonar sem saber por quê. E é por isso que o amor me assombra tanto quanto delicia. Porque não posso virar as costas pra uma mania quando ela vem de uma pessoa inteira. Porque eu não posso fingir que quero estar sozinha quando o meu ser transborda companhia. O amor me tira coisas que eu não gosto, coisas que eu talvez gostasse, mas me dá em dobro o que nunca tive: um namoramento por ele mesmo. O amor me tira aquilo que não serve mais e que me compunha antes. O amor tirou de mim tudo que era falta.
Marla de Queiroz



Na falta de algo melhor, nunca me faltou coragem.

Ser sensível nesse mundo requer muita coragem. Muita. Todo dia. Esse jeito de ouvir além dos olhos, de ver além dos ouvidos, de sentir a textura do sentimento alheio tão clara no próprio coração e tantas vezes até doer ou sorrir junto com toda sinceridade. Essa sensação, de vez em quando, de ser estrangeiro e não saber falar o idioma local, de ser meio ET, uma espécie de sobrevivente de uma civilização extinta. Essa intensidade toda em tempo de ternura minguada. Esse amor tão vívido em terra em que a maioria parece se assustar mais com o afeto do que com a indelicadeza. Esse cuidado espontâneo com os outros. Essa vontade tão pura de que ninguém sofra por nada. Esse melindre de ferir por saber, com nitidez, como dói se sentir ferido.

Ana Jácomo

Sempre quis.

Ando com uma vontade tão grande de receber todos os afetos, todos os carinhos, todas as atenções. Quero colo, quero beijo, quero cafuné, abraço apertado, mensagem na madrugada, quero doces, quero música, vento, cheiros, quero começar a receber.
Caio Fernando Abreu



E ando tendo tudo isso.

Agradeço a ave que me viu terra, onde todos, inclusive eu, enxergavam pedras.
Fabrício Carpinejar

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011


Alguma coisa me diz que coisas grandiosas estão por vir. Por isso abro meu coração pra alegria, pra vida e pro sol que acaricia e não machuca… E é nesse estado de gratidão e contentamento que qualquer pensamento negativo que eventualmente surja, morrerá de inanição.
.Marla de Queiroz







"Pra nos tornarmos imortais a gente tem que aprender a morrer."

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Quero leveza.




Sinto aquele nó ainda. Mas sinto ele afrouxando à cada dia. Sinto a compreensão que sempre busquei de certas coisas. Sinto a aceitação do que não se pode mudar crescendo dentro de mim. Me sinto vivendo uma outra encarnação, das tantas que acredito que vivemos em uma só vida.
Sinto todo aquele peso se transformando em leveza.
Me sinto descobrindo que existem outros mundos, outros jeitos. Que um dia sempre se entende os caminhos da vida e de Deus, que tudo um dia se encaixa... e esse está sendo meu momento: de encaixe.


Sim, eu mudei.
Mas você está enganado, não sou outra, sou a mesma.
A unica diferença é que você me ensinou pela dor a me amar, e eu te ensinei pela felicidade a amar aos outros.
E eu agradeço. Sempre agradeço. E sigo, finalmente, em paz.

. Jéssica do Sim Escoura